2 Comentários
set 13Gostado por thais nunes

Eu terminei de ver essa série ontem e vim aqui ler tua análise. Concordo que a trama teve um fim bem aquém do potencial da história; um final piegas, mesmo: a família nuclear reunida, o único e verdadeiro amor reconquistado - e nada mais importa. Ideais estes tão conservadores que é difícil fazê-los caber numa história que deveria, como você bem pontuou, investigar a complexidade dos desejos! Eu percebi que a série (não li o livro) ia por um caminho BEM moralista quando fizeram questão de mostrar que o Jason 1 continuava super fiel à musa Daniela, mesmo tendo conhecido uma mulher incrível, empática e que estava passando por todo tipo de horror junto dele, lutando junto (Amanda). Além disso, achei impossível o Jason 1 ser aquele homem impecável, guardião da honra e da justeza, quando tantas versões dele mesmo eram capazes de tanto horror - e separados por distâncias temporais tão curtas! Beleza, algumas situações que vivemos podem mudar traços de caráter e nos tornar mais violentos, defensivos. Mas quando surgiu aquela multidão de Jasons matando uns aos outros, torturando, atirando no carro onde estava A FAMÍLIA INTEIRA, eu pensei: não é possível que o Jason 1 seja esse alecrim dourado, porque todos esses impulsos estão dentro dele. No fim da série me deu certo alívio cederem um pouco no maniqueísmo ao darem nuances de empatia e autocrítica ao Jason 2, mas o Jason 1 continuou aquele personagem planificado, sem sombras, sem dúvidas, sem erros. Adorei teu texto!

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Caramba, Lari!! É isso! A insistência do roteirista com esse lado bom do Jason 1 acima de todas as suas outras versões faz com que gente se decepcione com o desfecho. Só mostra o quanto é difícil a gente aceitar o quanto somos imperfeitos, o quanto podemos errar e o medo de se abrir para o novo e para a transformação. Obrigada pela troca!!

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