Adorei as citações a Federici. Adoro ela, mas não conhecia esse trabalho especificamente.
É completamente bizarro pensar que, apesar de importante, a chegada da mulher ao mercado de trabalho foi apenas mais uma forma de exploração. Pensei sobre licença maternidade e ações do tipo. É evidente que isso é importante, mas é quase como dizer que a criança só precisa da sua atenção durante os primeiros seis meses. Toda conquista dentro do mundo capitalista é só uma forma de colocar panos quentes em problemas complexos.
Concordo com sua argumentação sobre a necessidade de pensarmos um mundo além do capital para resolver esses problemas. Confesso que não sei muito bem como, mas tenho certeza que não é impossível. Um dos grandes trunfos do capitalismo é ter nos ensinado que o mundo sempre foi assim, quando na verdade, em termos históricos, esse sistema até que é recente.
Há algum tempo atrás, não lembro para te dizer com exatidão, estava lendo o A origem da família, da propriedade privada e do Estado, do Engels, e lembro dele citar algumas sociedades que tinham padrões de parentesco diferentes da nossa. Por exemplo, não existia a figura da tia, porque se eu tinha um filho, todas as minhas irmãs eram consideradas mães do meu filho. As crianças, portanto, eram criadas de maneira conjunta dentro da sociedade. É claro que, na nossa sociedade, isso é impraticável. Do meu filho cuido eu sim, mas o seu filho vive na mesma comunidade que eu, então ele também não é minha responsabilidade? Ele também não pode afetar minha vida? Enfim, coisas a se pensar.
Oi, Victória! Obrigada mesmo pela leitura! O lance é justamente esse, não dá pra pensar feminismo sem ser anticapitalista. Só Silvia Federici pra fazer a gente entender isso! A gente vai lutar, lutar e lutar e a exploração só vai aumentar! Sem repensar justamente essas formas sociais mais individualistas (como a família) e esse esquema público e privado vamos ficar girando sem sair do lugar... É uma questão complexa, mas urgente! Nós mães estamos estafadas de tanta exploração e solidão!
Como sempre, Thaís, seus textos mexem muito comigo. Você se escreve neles. E isso me emociona demais da conta. Enfim... Agora, me reportando ao seu texto, o que vou lhe dizer, Thaís, pode parecer um absurdo, mas ser mãe, cuidar da casa, filhos, marido e de um montão de outras coisas que envolvem esse imbróglio todo, deveria ser uma profissão, regulamentada por lei. E muito, muito bem remunerada, por sinal. Qual é o problema da mulher ser paga pelo Estado para gerar filhos, cuidar deles e educá-los? Quem, a não ser ela, estaria mais apto e capaz para fazer isso? O homem? A empregada doméstica poria filhos no mundo pela patroa? O problema não é só cuidar da casa, do filho e do marido. A grande questão é: se as mulheres, senhoras e donas de seus corpos [que infelizmente ainda não são], não quiserem gerar filhos, e aí! Que inteligência artificial vai substituir o organismo feminino - alimentar, gerar e cuidar de uma criança, mantê -la viva e saudável? Forte abraço, Thaís. Adorei seus questionamentos. Meus parabéns! Boa Noite 🌙.
Sim! Considero essa é uma grande questão do nosso tempo! Se por um lado o feminismo é aglo tão recente, por outro o capitalismo avança feroz! Questões complexas, mas acredito que vale a nossa atenção! Especialmente mulheres periféricas que estão em condições de grande vulnerabilidade! Obrigada pela presença por aqui e comentários sempre tão enriquecedores!
Nossa, que texto incrível.
Adorei as reflexões.
Adorei as citações a Federici. Adoro ela, mas não conhecia esse trabalho especificamente.
É completamente bizarro pensar que, apesar de importante, a chegada da mulher ao mercado de trabalho foi apenas mais uma forma de exploração. Pensei sobre licença maternidade e ações do tipo. É evidente que isso é importante, mas é quase como dizer que a criança só precisa da sua atenção durante os primeiros seis meses. Toda conquista dentro do mundo capitalista é só uma forma de colocar panos quentes em problemas complexos.
Concordo com sua argumentação sobre a necessidade de pensarmos um mundo além do capital para resolver esses problemas. Confesso que não sei muito bem como, mas tenho certeza que não é impossível. Um dos grandes trunfos do capitalismo é ter nos ensinado que o mundo sempre foi assim, quando na verdade, em termos históricos, esse sistema até que é recente.
Há algum tempo atrás, não lembro para te dizer com exatidão, estava lendo o A origem da família, da propriedade privada e do Estado, do Engels, e lembro dele citar algumas sociedades que tinham padrões de parentesco diferentes da nossa. Por exemplo, não existia a figura da tia, porque se eu tinha um filho, todas as minhas irmãs eram consideradas mães do meu filho. As crianças, portanto, eram criadas de maneira conjunta dentro da sociedade. É claro que, na nossa sociedade, isso é impraticável. Do meu filho cuido eu sim, mas o seu filho vive na mesma comunidade que eu, então ele também não é minha responsabilidade? Ele também não pode afetar minha vida? Enfim, coisas a se pensar.
Oi, Victória! Obrigada mesmo pela leitura! O lance é justamente esse, não dá pra pensar feminismo sem ser anticapitalista. Só Silvia Federici pra fazer a gente entender isso! A gente vai lutar, lutar e lutar e a exploração só vai aumentar! Sem repensar justamente essas formas sociais mais individualistas (como a família) e esse esquema público e privado vamos ficar girando sem sair do lugar... É uma questão complexa, mas urgente! Nós mães estamos estafadas de tanta exploração e solidão!
Como sempre, Thaís, seus textos mexem muito comigo. Você se escreve neles. E isso me emociona demais da conta. Enfim... Agora, me reportando ao seu texto, o que vou lhe dizer, Thaís, pode parecer um absurdo, mas ser mãe, cuidar da casa, filhos, marido e de um montão de outras coisas que envolvem esse imbróglio todo, deveria ser uma profissão, regulamentada por lei. E muito, muito bem remunerada, por sinal. Qual é o problema da mulher ser paga pelo Estado para gerar filhos, cuidar deles e educá-los? Quem, a não ser ela, estaria mais apto e capaz para fazer isso? O homem? A empregada doméstica poria filhos no mundo pela patroa? O problema não é só cuidar da casa, do filho e do marido. A grande questão é: se as mulheres, senhoras e donas de seus corpos [que infelizmente ainda não são], não quiserem gerar filhos, e aí! Que inteligência artificial vai substituir o organismo feminino - alimentar, gerar e cuidar de uma criança, mantê -la viva e saudável? Forte abraço, Thaís. Adorei seus questionamentos. Meus parabéns! Boa Noite 🌙.
Sim! Considero essa é uma grande questão do nosso tempo! Se por um lado o feminismo é aglo tão recente, por outro o capitalismo avança feroz! Questões complexas, mas acredito que vale a nossa atenção! Especialmente mulheres periféricas que estão em condições de grande vulnerabilidade! Obrigada pela presença por aqui e comentários sempre tão enriquecedores!